sábado, 15 de setembro de 2007

(des) Ilusões!

Sabes secar feridas? Tal como o sol quando faz secar a água nas pedras das ruas.

Já não consigo sentir que isto me pertence realmente. Não consigo, sequer, pedir desculpas e estou cansada de (te) desculpar. Este lugar não é meu e esgota-me. Quando olho para as paredes. Quando (te) recordo.

É mais um dos dias (calmos) que torna inútil todos os outros dias. De cansaço. De trabalho. De ilusão. De esperança. De amizade.

Ainda és capaz de (me) falar de sentimento? Aquele que deixaste no esquecimento. Aquele que apagaste de ti. Aquele do qual já não resta cor. Aquele que morreu dentro de nós. Não sei dar valor às coisas mortas porque partiram para dentro. De mim, de ti. A (tua) voz não ouço, o (teu) corpo não sinto. Apenas dor de (te) ter perdido. E o lugar continua o mesmo.

A (minha e tua) boca não sabe falar. As (minhas e tuas) pernas não se sabem mexer. Andar. Sob este lugar que, um dia, (te) sentiu.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Chega ...

... de perder tempo com conversas soltas, de deixar as mãos abertas à espera que o vazio as encha de nada, de fechar os olhos como se fosse bom fingir por vezes ser cega para não ter mais trabalho com o fracasso dos meus sonhos, de entregar o corpo ao vai e vem de abraços fantasma, de procurar momentos perdidos (esses podem perder-nos de vez), de moldar a minha voz ao som das palavras que eu desejava ouvir, de sorrir em forma de lágrima que ninguém vê, de deixar de ter medo, de guardar o riso em caixas mágicas no fundo da gaveta, de desejar ser (sentir, ver, ouvir) o que não sou (sinto, vejo, ouço), de desejar seguir outros caminhos, de acreditar em promessas!
Será que chega mesmo?!